Confeções Alves Monteiro: Um caso de sucesso costurado com resiliência

Confeções Alves Monteiro: Um caso de sucesso costurado com resiliência

Quatro máquinas em segunda mão, compradas com grande esforço pelo casal João Pedro Lopes Monteiro e Isabel Alves Fernandes, marcam o início da Confecções Alves Monteiro. A primeira delas era uma Bagati, que custou 33 mil escudos. Começaram por fazer consertos e, para entender o processo, descosturavam peças prontas e refaziam-nas, para aprender como tinham sido costuradas … e o negócio foi crescendo a partir daí! Esta é a estória desta empresa genuinamente cabo-verdiana, alinhavada e costurada com muita resiliência.


Com orgulho, Jael Alves Monteiro, filha do casal e atual responsável da Confecções Alves Monteiro, conta-nos que a empresa nasceu nos anos 80, resultado de um legado familiar, já que, décadas antes, o seu pai havia aprendido em casa a arte de costurar.


Com o aumentar das encomendas, empregaram mais jovens, abriram uma pequena oficina para dar resposta às solicitações e formalizaram a empresa em 1995. A ambição, o empenho e o trabalho árduo contribuíram para que a Alves Monteiro seja hoje a maior fábrica de confecções do país com capital 100% cabo-verdiano, empregando cerca de 70 funcionários, maioritariamente mulheres, e com presença comercial em todas as ilhas. A Alves Monteiro opera na zona industrial de Achada Grande Trás, na capital, tem lojas próprias em Santiago, S. Vicente, Fogo e Sal e representações comerciais, que revendem as suas peças, nas restantes ilhas do país. O seu produto de maior procura são os uniformes, para os mais diversos fins, desde escolares a hospitalares.


Influenciada pelo exemplo dos pais, a marca Shanna, uma espécie de “spin off” da Alves Monteiro, nasce em 2018, por iniciativa de Jael Alves Monteiro. Criada para o público feminino, produz vestuário, lençóis, toalhas de banho, pijamas e pensos higiénicos reutilizáveis. Emprega apenas jovens mulheres e aposta num conceito “plastic free” e “eco friendly”. O objectivo de futuro é conseguir exportar para os PALOP e CEDEAO, mercados promissores, pelo número de potenciais clientes e pela vasta procura a nível têxtil.


No entanto, a pandemia testou a capacidade de resiliência da Confecções Alves Monteiro, que teve de fazer adaptações a nível sanitário. Por outro lado, também ofereceu oportunidades à empresa, que contratou mais pessoal para conseguir dar resposta à nova necessidade do mercado: as máscaras reutilizáveis.


“Como empresária, vejo a pandemia como uma oportunidade para reestruturar o nosso negócio, inovar e transformar os desafios em oportunidades de crescimento”, afirma a gestora. E é por isso que a responsável pelas duas empresas afirma que o ano de 2020 foi o melhor “mesmo com a pandemia e devido à pandemia”.


Em 2021, a Alves Monteiro continua a enfrentar o desafio de se manter no mercado (e de florescer!) nesta nova realidade. De acordo com a gestora, baixar os braços não é opção e, por isso, a todo o vapor, continuam a desenvolver novos produtos que possam fazer sentido no mercado e, assim, enfrentar a pandemia com a mesma resiliência com que as marcas Alves Monteiro e Shanna são já conhecidas.

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